Depois da independência, só este monumento sobreviveu ao vandalismo em Bolama. É em granito, pedra que aqui não há, e a maior parte das letras continua vermelha, o que demonstra alguma manutenção. Ao que apurei, a Itália fascista quis realizar um feito semelhante ao dos nossos Gago Coutinho e Sacadura Cabral, com a desvantagem de partir de Roma, mas o aparelho despenhou-se ao largo de Bolama. Olhando com mais pormenor, descobri esta inscrição. 
“Mussolini aos mártires de Bolama”. A tradução directa seria “Mussolini aos caídos de Bolama”, o que ainda vinha mais a propósito, tratando-se da queda de um avião. No entanto, a minha Irmã linguista tratou de me cortar a piada. De qualquer forma, num país que ainda vive nas saudades da URSS, não deixa de ser muito curioso.
P.S. Esta só podia ser para o meu querido Amigo madeirense, exímio pensador e escritor Tiago Mendonça!
1 comentário:
Quando pensamos no destino que tiveram os regimes fascistas na Europa, a queda do avião é (no mínimo) alegórica.
Mas já que falas em saudades da URSS, nunca se sabe: o dito aparelho voador podia muito bem ser um Antonov, essa espécie soviética de ave de rapina que tem o estranho vício de se despenhar contra montanhas do leste da Europa...
O habitat de Bolama não seria o mais favorável, mas para o efeito não tem (como não teve) qualquer importância.
Fascista ou Soviético? Para dizer a verdade, acho que nenhum se fica a rir do outro...
Um grande abraço, e muito obrigado pela dedicatória!
Tiago Mendonça
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