domingo, 9 de novembro de 2008

Rigor linguístico

Fui mais uma vez a Bissau de canoa pública (sempre na minha naturalmente preferida “Leonor”), desta feita buscar a Sara, na companhia do meu Amigo Tu. Querendo evitar o aglomerado suado de gente sob a lona, instalámo-nos no conforto relativo da proa da embarcação. A embarcação – é preciso ver – é uma comprida casca de noz a abarrotar de gente e de sacos, suja, velha e quente como o resto do país. Já que ocupava algum volume no exíguo espaço da proa, quis pôr a mochila num pequeno compartimento sob a mesma que abria para o interior do barco, onde já habitava um barbudo e mal-humorado bode, que de tempos a tempos vinha controlar o que se passava no exterior. Expliquei o meu intento ao Tu, que passou ao colega marinheiro a minha mochila e disse:

- Põe isto no camarote.

O camarote, claro. Não sei como é que não me ocorreu. Vamos todos para Bissau: nós na proa, e o bode de camarote.

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