O pouco tempo e os vìrus no computador (mais a falta de acentos agudos) não me deixam escrever muito hoje. Saìmos na marè das 14h para Bolama, nos Bijagòs. Depois informo sobre a chegada e Bissau.
Fica o meu nùmero de telefone, e não pago nada por me ligarem - estão à vontade, que eu agradeco! :-)
+245 7273558 (a pedido de algumas famìlias, adianto que o + equivale ao 00!)
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2 comentários:
Meu querido,
Estou feliz por te saber bem chegado a esse outro lado do mundo. Feliz também por ter um número de telefone de contacto e a sorte de ter uma linha internacional (para mim) grátis na minha secretária ! Ligarei muitas vezes. Mesmo assim, o blog proporciona outro tipo de contacto, a que não deixarei de recorrer.
Embora sem mandato expresso para o efeito, sinto-me a falar por todos nós - família - quando te digo "vai descansado quanto a nós". Podemos não ter gostado da ideia de te afastares por tanto tempo dos nossos quotidianos - não gostámos - mas todos nós, e cada um à sua muito diferente maneira, aceitamos e compreendemos profundamente a tua necessidade de viagem/peregrinação interior, que te levou a ires tão longe, também à procura de uma parte de ti próprio. Talvez se repita um pouco a história do "Alquimista" e, como ele, venhas a descobrir que aquela parte de ti que foste procurar tão longe, estava, afinal, acessível aqui bem perto.Espero que sim. Mas, mesmo assim,pelo que fui vivendo até aqui, aprendi que as viagens e peregrinações, mais do que pelo destino da chegada, valem pelo percurso em si, pelo caminho e o modo como, sozinhos, o decidimos traçar. E se é verdade que não são as milhas geográficas que determinam a realização de uma viagem do espírito, também é bem certo que um desenraízamento profundo no espaço nos condena a um silêncio muito propício a encontros, reencontros e desencontros.
Por tudo isso, desejo-te, meu irmão, que encontres o que estiver destinado encontrares, que reencontres caminhos que tenhas eventualmente adiado e que te desencontres, de uma vez por todas, de todos aqueles que todos nós trilhamos, não por serem nossos, mas apenas por força das circunstâncias.
Lembro-me muitas vezes de uma frase escrita no túmulo de Rimbaud "Par des délicatesses, j'ai perdu ma vie." Que se não perdam as nossas curtas vidas, os nosso desejos de melhor ser e de mais fazer, por gestos repetitivos e condicionados. Só o que nos deve condicionar é o Amor, em todas as suas múltiplas feições. Esse sim, quando verdadeiro, condiciona, limita, empenha,fecha caminhos, como tem que ser. Senão, não seria Amor.Devemos, porém, ser muito livres no momento que antecede a escolha livre e esclarecida da entrega, para que saibamos sempre, vida fora, alegrarmo-nos com os caminhos que se abrem e não lamentar os que se fecharam.Que tua viagem seja também útil nesta aprendizagem.
(e, sim, rezo por ti e pelos que tu vais ver)
BOA VIAGEM !
um enorme abraço e beijo da tua irmã que te ama,
TT
Luís,
Retifico, da minha mensagem anterior, a alegria que expressei por teres um número de telefone! É que, afinal, depois de muitas e muitas tentativas, a horas e de localidades muito diferentes (de Alcácer a Gondomar), constato que o número de telefone NÂO FUNCIONA ! De todas as vezes, sempre aquele arpejo agudo de 3 notas dissonantes e irritantes que, imediatamente, na intransponível impossibilidade que elas encerram, nos conscicencializam da distância !
Assim, dada a ausência de contacto de voz, passei por aqui e deixo-te um renovado beijo de saudades e de "tudo esteja a correr suportavelmente".
Então, o dito beijo.
TT
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